É bem mais tranquilo conviver com pessoas simples! Isso serve tanto para a vida pessoal como para o ambiente corporativo.
Pessoas simples conseguem ter foco no objetivo, tendem a conduzir processos de trabalho com agilidade, de modo a otimizar recursos simplesmente fazendo o que tem que ser feito.
Tendem a concluir o que iniciam. Fogem da regra geral da vida organizacional que valoriza sobremaneira a iniciativa mas nem tanto a “acabativa”.
A simplicidade também favorece a comunicação, pois gera empatia à medida em que reforça a sensibilidade, a resiliência e a assertividade. É na simplicidade, também, que reside a humildade e a objetividade.
Isso tudo não é em detrimento da visão sistêmica, da percepção de detalhes ou da criatividade. Mesmo porque não precisamos inovar sempre. Mas precisamos, certamente, fazer acontecer o tempo todo.
Não quero dizer com isso que a simplicidade é avessa à inovação. Pelo contrário. Num mundo complicado, descomplicar pode ser o grande diferencial competitivo. Afinal, muitas coisas são o que são porque, simplesmente, tem que ser.
Não precisamos entrar em embates para convencer os outros, buscar a todo custo o poder do convencimento e o reconhecimento. Entre tentar convencer os outros e ser feliz, penso que vale sempre a pena optar pela felicidade.
Na minha opinião, isso é sinal de grandeza e de maturidade, como nos ensina a história a seguir:
Certa vez, um pajé muito velho foi procurado por um jornalista que queria saber o segredo da sua longevidade. O pajé, que apesar de muito idoso ainda apresentava um semblante com poucas rugas e cabelos pretos, parou para refletir sobre a pergunta e então respondeu:
-Para mim, o segredo da longevidade é nunca discutir com ninguém. Aceitar e acolher todas as verdades, pois tudo é parte da grande verdade.
O jornalista, que tinha cerca de quarenta anos e já apresentava sinais de idade (cabelos grisalhos, rugas ao redor dos olhos e um semblante cansado), insatisfeito com a resposta do pajé, retrucou:
-Mas o senhor não acha que o debate é muito importante? A ignorância não seria por si mesma um mal? Quando nos propomos ao debate de ideias, estamos ampliando nossa consciência e evoluindo, não concorda?
O pajé parou, pensou longamente e, por fim, respondeu:
-É, você tem toda razão.